Thursday, November 30, 2006

complexo cinderela

Selma Ciornai - doutora em psicologia clínica: "Apesar de as mulheres terem passado por um movimento de libertação, os avanços no setor das emoções estão bem devagar. Por exemplo, muitas de nós ainda acreditam nos arquétipos que buscam um homem "salvador", como fizeram Cinderela, Branca de Neve, etc. São posturas submissas e que causam grande expectativa. Também ainda achamos que para sermos amadas, mais do que investir na nossa personalidade, precisamos seduzir o tempo todo, como fez Sherazade com o rei Shariar. É preciso entender que pensando assim só reforçamos uma faceta da mentalidade masculina que dá mais valor para o corpo. É como se dependêssemos totalmente da aprovação do outro, do homem, para nos sentirmos mulher. Para reaprender a se relacionar melhor é preciso algumas coisas fundamentais. Primeira: criar novos modelos do feminino, menos "à espera de", que se respeite e valorize. Segunda: realmente dizer o que sente e pensa sem ter medo de que o homem a abandone. Terceira: reservar mais tempo para contato com as outras mulheres. Quarta: fazerse as seguintes perguntas: "O que eu quero na min

Sônia Vipassana - terapeuta tântrica: "A primeira coisa a se pensar nessa reeducação amorosa é voltar a se comunicar com o feminino perdido no processo de masculinização profissional. Sim, isso assusta os homens. As mulheres estão mais preocupadas com sua performance sexual - para controlar e dominar o outro - do que com o que realmente lhes dá prazer. Para resgatar a feminilidade, vale a filosofia do "Conhece-te a ti mesma". Nós olhamos para o pênis dele, mas nunca para nossa vagina. É ela quem devemos admirar. É preciso dar carinho para ela e estou falando de você, não do seu namorado. Olhe-a com curiosidade, toque-a como as crianças fazem. Invente um apelido amoroso. Coloque as duas mãos em forma de concha nessa parte do corpo, acolha-a, tome um banho demorado. Faça automassagem. E, quando estiver com o seu querido, transe devagar, com os olhos abertos. Você no colo dele. Ele com as pernas entrelaçadas. Assim todos os chackras de vocês ficam alinhados. Reverencie o masculino do parceiro, mas não o homem sexual e sim o amoroso. Coloque velas, flores no quarto, desligue os celulares e, principalmente, a TV".´

ha relação? O que está dando certo ou errado?".

Lucia Rodrigues - facilitadora de inteligência sistêmica: "É importante compreender que nossa mente está acostumada a pensar em relacionamento como "ser um só". Já, a inteligência sistêmica o vê como 3 partes: a individualidade de um, do outro e os dois juntos. É preciso que o mental aceite que é fundamental ser independente em relação ao parceiro e que também não é necessário criar conflitos. Ou seja: o seu companheiro não é você e em função disso ele não precisa agir como você e que está tudo bem assim. Afinal, cada um tem seu repertório sociocultural diferente. E terá uma forma distinta de dar carinho, de pensar, de se relacionar e não há mal algum disso. Pare de criar scripts de como deve ser a relação. Isso no fundo é uma forma de controle, de insegurança, de baixa auto-estima. Quando se parte dessa premissa, as brigas, as cobranças e frustrações diminuem muito, aumenta a percepção da realidade do outro, e o potencial de felicidade de cada um fica livre para se realizar. Aproveite e delete também da sua vida essa mania de fazer joguinhos e de criar estratégias. Isso é superficial, afasta mais ainda vocês e uma hora o cenário cai. É por isso que existem tantas e tantas separações".

Lauro Raful - instrutor espiritual do Grupo Gurdjieff São Paulo: "Um dos maiores inimigos do amor é o medo. Quando você trabalha sua espiritualidade, as "travas" ficam cada vez mais de fora da sua vida. Para reaprender a se relacionar não se deixe dominar pelo medo da perda, do sofrimento. Entregue-se. Esses muros que construímos acabam por nos isolar. Lembre- se de que os homens também têm seus receios como, por exemplo, de serem encurralados e de que você os veja como um imediato-fabricante-de-filhos. Evoluindo espiritualmente você encontra sua própria liberdade e não "atasana" a do outro. Para isso volte-se para o sagrado que existe em você, esqueça-se um pouco do ego que quer tudo para ele egoisticamente. Depois, faça o seguinte exercício: sente-se em uma posição confortável, diminua o falatório mental, as mágoas e rancores, relaxe seu corpo, medite e comece a imaginar que o seu lado feminino começa a emergir e a se expandir em direção a todos os homens do mundo. Dessa forma você passa a ter um centro de magnetismo que chamará mais atenção que um decote ou uma calça bem justa. E não importa se você é alta, baixa, gorda ou magra. Acredite no seu poder de atração que vem de dentro, não de fora".