Sunday, January 18, 2009


Como a criança que, confiante, Acompanha a mãe Eu te acompanho Esquecido dos meus sonhos. Embebido com a tua beleza, Cego pelo teu encanto, Preso por ti, por uma força íntima A que não posso resistir.
Pára por um momento, E deixa-me ver teu rosto. E olha-me por um momento Talvez eu possa descobrir Os segredos de teu coração, Através de teus olhos estranhos.
Eu era livre como os pássaros Devassando os vales e as florestas, Voando pelos céus sem fim.
Eu era como um pensamento A caminho, sozinho e em paz Regozijando-me com a beleza e a alegria  Da vida.
Eu era como um sonho A voar escondido, Sob as asas da noite, amigas Entrando pelas janelas cerradas Das íntimas alcovas de mulheres lindas, Travesso, Acordando as suas esperanças.
Sentava junto aos jovens E excitava os seus desejos...
Então, tu te apoderaste da minha fantasia E desde este momento hipnótico Senti-me como o prisioneiro Que arrasta as suas algemas, Impelido para um lugar desconhecido.
Embriaguei-me com o teu vinho  Delicioso, Que me roubou a vontade, E me vejo agora Beijando a mão que me açoita.
Não vês com os olhos da tua alma, Que me esmagas o coração?
Será que te contentas Com a afeição de quem, como eu, Considera o amor como um companheiro E não o aceita como um Senhor?
Será que aceitas um coração que ama E não se rende? Que se inflama, porém resiste incólume?
Será que sentes bem Com uma alma que treme ante a tempestade Mas não se entrega?
Aceitas um companheiro  Que não escraviza E também não aceita que o escravizem?
Será que me queres, Que eu seja teu, mas não me domines, Querendo o meu corpo, Não o meu coração?
Pois aqui tens a minha mão. Aperta-a com a tua linda mão. E aqui tens meu corpo. Abraça-o com os teus lindos braços. E os meus lábios. Beija-os com um beijo - estonteante!