Monday, March 23, 2009





As fadas... 
São muito desconfiadas: 
Quem as vê não há-de rir 
Querem elas que as respeiten 
e não gostam que as espreitem 
Nem se lhes há-de mentir 

Quem as ofende...cautela! 
A mais risonha, a mais bela 
Torna-se logo tão má 
Tão cruel, tão vingativa 
É inimiga agressiva 
É serpente que ali está 

E têm vinganças terríveis 
Semeiam coisas horríveis 
Que nascem logo do chão 
Línguas de fogo, que estalam 
Sapos com asas, que falam... 

Quantas vezes já deitado 
Mas sem sono, inda acordado 
Me ponho a considerar 
Que condão eu pediria 
Se uma fada, um belo dia 
Me quisesse a mim fadar 
O que eu seria? 

As fadas...creio nelas! 
Umas são moças e belas 
Outras, velhas de pasmar... 
Umas vivem nos rochedos, 
Outras, pelos arvoredos... 
Riem e cantam à beira mar 

Algumas em fonte fria 
Escondem-se enquanto é dia 
Saem só ao escurecer 
Outras, debaixo da terra 
Nas grutas verdes da serra 
É onde se vão esconder 

O vestir...são tais riquezas 
Que rainhas nem princesas 
Nenhuma assim se vestiu 
Porque as riquezas das fadas 
São sabidas e celebradas 
Por toda a gente que as viu 

Quando a noite é clara e amena 
E a lua vai mais serena 
Qualquer um...as pode espreitar