Thursday, June 18, 2009

Quando perderes a gosto humilde da tristeza, 
(...)
Quando a tua tristeza não for mais que amargura, 
Quando perderes todo estímulo e toda crença, 
- A fé no bem e na virtude, 
A confiança nos teus amigos e na tua amante, 
(...)
Na dor de ver murcharem as rosas, 
E como as rosas tudo o que é belo e frágil, 
Não sentires em teu ânimo aflito 
Crescer a ânsia de vida como uma divina graça: 

(...)
Então sorri pela última vez, tristemente, 
A tudo o que outrora 
Amaste. Sorri tristemente... 

Manuel Bandeira 
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