Thursday, August 18, 2011

Eles estavam sentados juntos e ele a olhava com uma expressao de suave tolerancia a mesma que costumava  manter diante das crises nervosas dela, crises de egoismo, de autocensura, de panico. A todos seus dramaticos comportamentos ele respondia com inabalavel bom humor e paciencia. Ela sempre se enfurecia sozinha irritava-se sozina, suportava sozinha suas intensas convulsoes emocionais, as quais ele nunca participara...
possivelmente, tratava-se de um simbolo de tensao que nao ocorria entre eles sexualmente, ele recusava todos os seus primitivos e violentos desafios e hostilidades, recusava-se a entrar com ela nessa arena emocional e a reagir a sua necessidade de ciumes, temores e conflitos
talvez se ele tivesse aceitado seus desafios e jogado o jogo que ela gostava de jogar, talvez entao ela poderia ter sentido sua presenca como um pacto bem maior do que meramente fisico. mas o marido de lilith nao conhecia os preludios do desejo sexual, nao conhecia nenhum dos estimulantes que certas naturezas selvagens reclamam e desse modo, em vez de responder- lhe tao logo visse seus cabelos se ericarem, seu rosto mais vivido, seus olhos como duas tochas de fogo, seu corpo inquieto e impaciente como o de um cavavlo que aguardasse o inicio da corrida, ele se refugiava atras do muro da compreensao objetiva, dessa tranquila e irritante aprovacao, com a a qual as pessoas olham para um animal no zoologico e riem de suas mesmices, sem penetrar no seu interior. Era isso que deixava Lilith em um estado de isolamento na verdade, como um animal selvagem em pleno deserto.
quando ela se enfurecia e sua temperatura subia, o marido deixava de existir. ele mais parecia uma branda divindade que a velasse dos ceus e aguardasse que sua furia se extinguisse por si mesma, e, se ele, feito um animal igualmente primitivo, surgisse na outra extremidade do deserto encarando-a com a mesma tensao energetica nos cabelos, na pele e nos olhos, e surgisse com o mesmo corpo selvagem, pisando fortemente e procurando um unico pretexto para dar o bote, enlaca-se furiosamente, sentir o calor e a forca do seu oponetne, entao eles poderiam rolar juntos pelo chao e as mordidas poderiam tornar se outras especie e a luta se transformaria em uma abraco e os puxoes de cabelos fariam com que suas bocas seus dentes e linguas se unissem e devido a furia, seus orgaos genitais se rocariam mutuamente soltando faiscas e od dois corpos sentiriam a necessidade de penetrar um no outro para por fim nessa formidavel tensao
Anais Nin Delta de Venus

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