Nasa/Divulgação |
Nebulosa do Caranguejo captada pelo Telescópio Espacial Hubble |
"Vimos isso a partir da descoberta de 23 supernovas --explosões de estrelas-- que estão além do alcance de telescópios terrestres", disse o astrofísico Adam Riess, do Instituto de Ciências do Telescópio Espacial. "Essas supernovas fornecem marcas de quilometragem, por assim dizer, que nos permitiram medir a taxa de crescimento do Universo naquela época."
Essa misteriosa força, hoje apelidada de "energia escura", é responsável pela maneira acelerada com que o Universo se expande. Einstein, na verdade, postulou essa entidade para resolver um problema teórico que ele mesmo criou. Em sua época, acreditava-se que o Universo seria estático, mas isso não estava de acordo com a relatividade especial, teoria segundo a qual galáxias, estrelas e tudo o mais deveriam colapsar. O físico, então, mudou suas equações à força para introduzir um valor conhecido como "constante cosmológica", apenas para contrabalancear a gravidade.
Einstein acabou desistindo da idéia depois que o astrônomo Edwin Hubble provou em 1929 que o Universo está se expandindo, mas ela acabou sendo resgatada por outros físicos em 1998 --não para provar que o Universo está parado, mas, sim, para mostrar que a energia escura está suplantando a gravidade e fazendo o Universo crescer cada vez mais rápido.
A descoberta anunciada ontem, dizem os físicos, ajudará a compreender melhor a natureza da energia escura, que, apesar de compor 70% do Universo, ainda é desconhecida. Mas o fato de descobrir agora que ela existe há tanto tempo e já tinha as mesmas características naquela época já permite descartar algumas teorias que postulam que ela seja um fenômeno altamente variável.