Thursday, March 08, 2007

Alma Secreta

                       Alma Secreta

No meu antigo armário eu guardava papéis
Eram papéis rabiscados
Com lampejos de melancolia
Havia tristes parágrafos
Que falavam da minha vontade
De ser tanta coisa que nem sei

Quis ser jogadora de tênis
Não fui
Quis ser garimpeira e descobrir esmeraldas
Não fui
Quis ser pianista e arranjadora
Não fui

Resolvi abrir os papéis e remexer neles todos
Senti exalar perfumes e cheiros inebriantes em cada um
Cada perfume uma época
Cada época um passado
Cada passado uma saudade
Cada saudade uma história
Em cada história uma presença
Que já se foi
Que já passou
E seguiu em frente

Agora estou aqui vivendo lembranças
Como se a esperança não existisse mais
Revejo meus tempos de criança
Sinto enfim uma contra dança
De outros mundos reais

Remexo nos papéis de forma diferente
Atualmente eles me alimentam
Mostrando uma maneira de viver
São meu grito de alerta
Minha alma secreta
Desvendando segredos
Dos quais não guardo nenhum mais